VoltarEntidade avalia que tabela precisa de atualização para evitar informalidade na economia
Baixar áudioPor causa da inflação, um real hoje equivale a menos de R$0,70 em 2018. Isso quer dizer que a nossa moeda teve desvalorização de 30% em 7 anos. Mas foi justamente naquele ano a última atualização da tabela do Simples Nacional.
Para Alfredo Cotait Neto, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), essa defasagem é uma injustiça contra os empresários de pequeno porte. “Isso dificulta realmente o desenvolvimento econômico, dificulta o campo de trabalho para os pequenos. Porque qualquer aumento de custo é nefasto para os pequenos. Os pequenos têm que trabalhar dentro do seu horizonte para a geração de renda e essa geração de renda é muitas vezes até familiar”, afirma o executivo.
A entidade lidera um movimento para pressionar os poderes a modernizarem a política. O objetivo é aprovar na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar 108/2021, já aprovado no Senado Federal, que amplia a receita bruta anual permitida para enquadramento como Microempreendedor Individual (MEI) para R$ 145 mil, com atualização anual pela inflação, e permite a contratação de até dois empregados. Atualmente, esse limite é de R$81 mil, sem atualização automática e o máximo de um funcionário contratado.
O deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC), presidente da Frente Parlamentar das Micro e Pequenas Empresas, diz que os debates já foram realizados e que a Casa precisa agir para ajudar o setor responsável por 30% do Produto Interno Bruto brasileiro. “O que nós temos que parar é de só falar, nós temos é que fazer também. Nós temos que transformar isso em realidade e atualizar o mais rápido possível. Infelizmente, esse ano não dá mais tempo, mas no próximo ano, não tenho dúvida nenhuma de que nós vamos nos debruçar, como nos debruçamos no último semestre, para avançarmos na aprovação do PL 108”, garante o parlamentar.
O texto foi aprovado nas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; Finanças e Tributação; e, por último, na de Constituição e Justiça (CCJ), faltando apenas a apreciação no plenário da Câmara. Um pedido de urgência, para acelerar a análise, foi apresentado, mas ainda não foi votado.
O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado que contempla empresas de diversos setores com receita bruta anual de R$81 mil a R$4,8 milhões. Ele foi lançado em 2007 para descomplicar a vida de donos de pequenos negócios. Desde então, mais de 25 milhões de empreendedores abriram um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e deixaram a informalidade.
Além do faturamento, o Simples também só pode ser acessado por certas atividades econômicas. A consulta é feita a partir da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) no Portal do Empreendedor.
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Baixar áudioEntre 2023 e 2025, o Brasil alcançou a marca de 500 novos mercados internacionais, distribuídos em mais de 80 países, para seus produtos de exportação. Segundo estimativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o país tem um potencial de exportação superior a US$ 37,5 bilhões por ano.
Para o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, a atual política diplomática brasileira foi um dos principais fatores que contribuíram para esse desempenho, fortalecendo o empresariado nacional empenhado em iniciativas voltadas à exportação.
“Já abrimos, com esses 500 mercados, um mercado direto que envolve mais de US$ 3,4 bilhões para as empresas brasileiras que estão exportando nessa nova política do governo do presidente Lula”, afirmou Viana, ressaltando a atuação coordenada entre órgãos públicos e o setor privado.
O presidente da agência destacou que essa conquista é fruto de um trabalho articulado entre a ApexBrasil, o MAPA, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o setor privado. Segundo Viana, esses atores agiram em conjunto para identificar mercados potenciais, mapear oportunidades, conectar exportadores e importadores e criar um ambiente favorável aos negócios.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lembrou que, no início do atual mandato, o governo estabeleceu a meta de abrir 200 novos mercados, objetivo que acabou sendo mais que superado ao longo dos três últimos anos. Para Fávaro, isso reflete a confiança internacional no padrão sanitário brasileiro e o esforço coletivo das equipes envolvidas.
“Isso mostra o esforço de toda uma equipe e a confiança que os países têm no padrão sanitário brasileiro. Cada abertura traz mais renda para o campo, mais oportunidade para quem produz e mais reconhecimento para os nossos produtos”, afirmou o ministro.
Cada país pode habilitar vários mercados para diferentes tipos de produtos. Entre os itens com maior destaque estão carnes, algodão, frutas e pescados.
Estimativas divulgadas pela ApexBrasil indicam que, nesse período, foram realizadas mais de 170 ações internacionais em 42 países, projetando US$ 18 bilhões em negócios e envolvendo mais de três mil empresas brasileiras. Também ocorreram 19 missões oficiais presidenciais e cinco vice-presidenciais, ampliando as conexões com mercados prioritários.
A celebração pela abertura dos 500 novos mercados internacionais está programada para ocorrer durante a inauguração oficial da sede própria da ApexBrasil, no dia 15 de dezembro, às 10h, em Brasília.
O evento contará com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também estarão presentes o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, além de outras autoridades.
Viana destacou que essa é uma “dupla comemoração”, pois a marca de 500 novos mercados coincide com a inauguração da sede própria da ApexBrasil, após mais de 20 anos de atuação em imóveis alugados, o que, segundo ele, trará economia estrutural, modernização institucional e maior conexão com a população.
A nova sede da ApexBrasil está localizada no edifício Lotus, Quadra 903 Sul, em Brasília, com cerca de 17 mil metros quadrados, situada próxima ao Parque da Cidade Sarah Kubitschek.
Copiar o textoClientes em todo o Brasil relataram dificuldades em acessar o aplicativo e o internet banking do Bradesco, nesta sexta-feira (12). A instabilidade, que começou nas primeiras horas da manhã, afetou operações essenciais, como login, transferências via Pix e consultas de saldo, gerando uma onda de reclamações nas redes sociais e em plataformas de monitoramento.
De acordo com plataformas de monitoramento, os relatos de erro começaram a subir rapidamente por volta das 6h30 da manhã, atingindo um pico de notificações entre 8h30 e 9h04, indicando que a falha foi ampla e generalizada. A repercussão nas redes sociais foi intensa, com termos como "app Bradesco fora do ar hoje" disparando entre os mais buscados no Google e mais comentados no X (antigo Twitter).
Diante do acontecimento, o Bradesco enviou uma nota de posicionamento a imprensa:
"O Bradesco informa que os aplicativos (pessoa física e jurídica) apresentam momentos de intermitência. Equipes estão atuando para regularização o mais breve possível."
Apesar do reconhecimento, o banco não divulgou a causa exata da falha (que pode estar relacionada a picos de acesso, atualizações internas ou falhas momentâneas nos servidores) nem uma previsão oficial para o restabelecimento completo dos serviços.
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Baixar áudioApós três altas consecutivas, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou queda de 0,3 ponto em dezembro. Com isso, o levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) fechou 2025 em 48 pontos, abaixo da linha 50 pontos, sinalizando falta persistente de confiança entre os empresários industriais.
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, avalia que o resultado é um reflexo tanto do cenário atual quanto das perspectivas futuras. “Certamente as taxas de juros elevadas tiveram uma influência muito grande sobre essa percepção dos empresários. A própria economia brasileira também mostrando um desempenho pior ao longo do ano, isso também se refletiu tanto na avaliação das condições da própria economia brasileira, quanto na empresa”, afirma o executivo.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve fechar o ano em 2,2%, menor taxa desde 2020, ano em que estourou a pandemia do coronavírus. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 15% ao ano, maior patamar desde 2006. Uma reversão da política restritiva da instituição, no entanto, pode fazer o cenário para 2026 mudar as expectativas da indústria.
“Isso, com o tempo, deve trazer uma melhora da expectativa do empresário. Consequentemente, uma melhora da confiança, especialmente se isso começar a se reverter na avaliação das condições correntes, se elas passarem a mostrar uma melhora na visão dos empresários tanto da economia brasileira quanto das empresas”, analisa Azevedo.
A piora do ICEI em dezembro de 2025 foi generalizada entre todos os marcadores do levantamento. O Índice de Condições Atuais caiu 0,5 ponto, de 44,3 pontos para 43,8 pontos em dezembro, retração puxada principalmente pela queda de 0,7 ponto na avaliação das condições atuais das empresas, para 46,2 pontos.
A avaliação do momento atual da economia brasileira pouco mudou, seguindo bastante negativa com 39,1 pontos, apesar da alta de 0,1 ponto.
Já as expectativas dos industriais para a economia brasileira se tornaram ainda mais negativas no mês. O marcador registrou queda de 0,4 ponto, terminando o ano em 42,9 pontos e mantendo a tendência de pessimismo no segmento. As expectativas das empresas ficaram ligeiramente menos positivas em dezembro: -0,3 ponto, saindo de 53,9 para 53,6 pontos.
Com esse resultado, o Índice de Expectativas alcançou 50 pontos em dezembro, interrompendo uma sequência de quatro altas consecutivas. Ao se posicionar exatamente sobre a linha divisória, o resultado indica que as expectativas dos empresários industriais para os próximos seis meses são neutras – sem perspectiva de melhora ou piora.
O levantamento contou com a contribuição de 1.120 empresas entre os dias 1º e 5 de dezembro. Desse total, 466 são companhias de pequeno porte, 412 de médio porte e 242 de grande porte.
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Baixar áudioO Brasil conseguiu autorização para exportar carne bovina e outros produtos para a Guatemala. A autorização foi confirmada pelo governo brasileiro junto às autoridades sanitárias do país da América Central.
Em 2023, o atual governo estabeleceu uma meta de abertura de 200 novos mercados. O ministro da Agricultura e Pecuária (MAPA), Carlos Fávaro, afirma que esse propósito já foi superado acima do dobro.
“Chegamos aos 500 novos mercados para a agropecuária brasileira. Abrimos o mercado da carne bovina para Guatemala, um país de 18 milhões de habitantes na América Central, que consome 1,9 bilhões de dólares por ano em carne bovina”, comemora.
“Isso mostra o esforço de toda uma equipe e a confiança que os países têm no padrão sanitário brasileiro. Cada abertura traz mais renda para o campo, mais oportunidade para quem produz e mais reconhecimento para os nossos produtos. E tudo isso mantendo o abastecimento do mercado interno, que consome cerca de 70% do que produzimos”, complementa o ministro.
Entre janeiro e outubro de 2025, a Guatemala importou mais de US$ 192 milhões em produtos agropecuários brasileiros. O destaque foi para os cereais, apontados como o principal produto exportado pelo Brasil neste ano.
No ano passado, foram importados para a Guatemala US$ 155,6 milhões em carne bovina. O volume corresponde a cerca de 8,6% do consumo interno. O valor importando em 2024 representa um aumento de 122%, na comparação com anos anteriores.
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, considera que a abertura de mercado para a Guatemala cria novas oportunidades para o Brasil em um ambiente estratégico regional, além de contribuir para o fortalecimento de empresas nacionais exportadoras.
“Já abrimos, com esses 500 mercados, um mercado direto que envolve mais de 3,4 bilhões de dólares para as empresas brasileiras que estão exportando nessa nova política do governo do presidente Lula”, afirma.
De acordo com o MAPA, a aprovação da carne bovina brasileira ocorre em um momento em que o setor apresenta um bom desempenho.
Dados divulgados pela Pasta relevam que o Brasil embarcou, em 2024, mais de US$ 12 bilhões, ou seja, o equivalente a 2,8 milhões de toneladas destinadas a mais de 150 mercados.
Piscicultura Mais Vida entrega primeiros alevinos a agricultores da Baixada Cuiabana (MT)
Programa Solo Vivo amplia ações e alcança 32 assentamentos em Mato Grosso
Entre janeiro e outubro de 2025, as exportações brasileiras do produto já superaram US$ 14 bilhões.
O país também apresenta potencial de expansão para cortes congelados, categoria que representa mais de 70% das importações guatemaltecas da mercadoria.
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Após um mês com regras novas, os pedidos de antecipação do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) caíram 80%, segundo a Associação Brasileira de Bancos (ABBC). O valor resgatado recuou de R$3 bilhões em outubro para aproximadamente R$600 milhões em novembro.
De acordo com a entidade, 90% da redução é atribuída à exigência de valor mínimo de R$100 por parcela anual antecipada. Para o deputado Domingos Sávio (PL-MG), presidente da Frente Parlamentar de Comércio e Serviços (FCS) na Câmara dos Deputados, os mais prejudicados são os trabalhadores endividados.
“Em mais de 70% dos casos, são trabalhadores negativados, ou seja, trabalhadores que já têm algum problema no crédito, que não conseguiram pagar os seus compromissos. E é justamente por isso que ele vai buscar o empréstimo da antecipação do seu saque-aniversário, porque ele consegue um juro mais barato e quase sempre é justamente para pagar uma dívida”, afirmou o parlamentar.
Na reunião desta quarta-feira (10), a bancada decidiu articular formas de reverter a medida. Os integrantes do grupo querem convencer o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), a revogar as novas regras, bem como proceder com a suspensão da normativa a partir de um decreto legislativo. “Não faz sentido o que nós estamos vendo. Nós vamos lutar para que o projeto volte a vigorar plenamente, com o trabalhador podendo fazer o saque-aniversário ou fazer antecipação dando como garantia o próprio depósito do fundo de garantia”, anunciou Sávio.
Entidades empresariais demonstraram preocupação com as novas regras e defenderam abertura de diálogo para discutir a medida. É o caso da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs). A avaliação é que as mudanças representam um retrocesso ao direito do trabalhador garantido em lei.
Leonardo Severini, presidente da Unecs, defendeu que um debate mais aprofundado deva ser conduzido sobre essas alterações. “No fundo, o que a gente quer é promover esse debate, trazer uma perspectiva de melhoria do ambiente econômico, que eu acho tão importante para o comércio, o serviço de uma forma geral”, disse o executivo.
A restrição de acesso à antecipação do saque-aniversário foi determinada pelo Conselho Curador do FGTS, em outubro. O órgão alega que a decisão teve o objetivo de garantir a sustentabilidade do fundo e evitar abusos contra os trabalhadores.
Desde novembro, o benefício tem as seguintes regras:
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Baixar áudioO último pregão terminou com o principal índice da bolsa brasileira em alta de 0,69%, aos 159.074,97 pontos. De acordo com especialistas, o desempenho foi influenciado tanto pelo cenário político doméstico quanto pela expectativa sobre decisões de política monetária.
Nos EUA, o comitê responsável pela condução dos juros reduziu a taxa básica em 0,25 ponto percentual, acumulando a terceira queda seguida. No Brasil, no fim do dia, o Banco Central seguiu as expectativas do mercado e manteve a Selic em 15% ao ano.
Confira as ações com melhor e pior desempenho no último fechamento:
Ações em alta no Ibovespa
Ações em queda no Ibovespa
O volume total negociado na B3 foi de R$ 23.471.670.433, em meio a 3.528.186 negócios.
Os dados da bolsa podem ser consultados no site da B3.
O que é o Ibovespa e como ele funciona?
O Ibovespa (Índice Bovespa) é o principal indicador do mercado acionário brasileiro. Calculado pela B3, ele reflete a média do desempenho das ações mais negociadas na bolsa, com base em critérios de volume e liquidez. O índice é composto por uma carteira teórica de ativos, que representa cerca de 80% do volume financeiro total negociado no mercado.
O que é a B3, a bolsa de valores do Brasil?
A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) é a bolsa de valores oficial do Brasil, sediada em São Paulo. É responsável pela negociação de ações, derivativos, títulos públicos e privados, câmbio e outros ativos financeiros. A B3 está entre as maiores bolsas do mundo em infraestrutura e valor de mercado.
Copiar o textoMoeda avança, mesmo com cenário externo mais favorável a emergentes
Baixar áudioEm um dia de valorização consistente, o dólar fechou o último pregão em alta, cotado a R$5,45, após o Federal Reserve anunciar o terceiro corte consecutivo de juros, reduzindo a taxa americana para o intervalo entre 3,5% e 3,75%.
De acordo com especialistas, mesmo com o ambiente externo mais favorável a moedas de países emergentes, o movimento doméstico acabou pesando no câmbio. No cenário global, houve melhora após a decisão do banco central norte-americano: o DXY, índice que mede a força do dólar frente a seis moedas fortes, recuava 0,47%, aos 98,73 pontos.
A avaliação é que fatores políticos internos continuam exercendo forte influência sobre o comportamento do dólar, contribuindo para a pressão de alta observada no pregão.
Cotação do euro
Já o euro encerrou o último pregão em alta, cotado a R$ 6,39.
A tabela abaixo mostra as cotações cruzadas entre as principais moedas internacionais e o real. Cada célula indica quanto vale 1 unidade da moeda da linha em relação à moeda da coluna.
| Código | BRL | USD | EUR | GBP | JPY | CHF | CAD | AUD |
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| BRL | 1 | 0,1831 | 0,1563 | 0,1366 | 28,5510 | 0,1464 | 0,2525 | 0,2737 |
| USD | 5,4625 | 1 | 0,8552 | 0,7474 | 155,96 | 0,7997 | 1,3792 | 1,4985 |
| EUR | 6,3980 | 1,1692 | 1 | 0,8737 | 182,36 | 0,9349 | 1,6125 | 1,7513 |
| GBP | 7,3237 | 1,3381 | 1,1446 | 1 | 208,71 | 1,0701 | 1,8457 | 2,0050 |
| JPY | 0,0350 | 0,0064 | 0,0055 | 0,0048 | 1 | 0,5128 | 0,0088 | 0,0096 |
| CHF | 6,8307 | 1,2505 | 1,0694 | 0,9345 | 194,96 | 1 | 1,7248 | 1,8730 |
| CAD | 3,9603 | 0,7250 | 0,6201 | 0,5418 | 113,08 | 0,5799 | 1 | 1,0862 |
| AUD | 3,6528 | 0,6674 | 0,5707 | 0,4986 | 104,13 | 0,5339 | 0,9206 | 1 |
Os dados são da Investing.com.
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Baixar áudioO Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 1,8% em 2026. Essa é a projeção do relatório Economia Brasileira 2025-2026, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira (10). O documento apresenta as principais estimativas para a atividade econômica, emprego, inflação, juros e comércio exterior do país para este e o próximo ano.
O avanço previsto para o PIB em 2026 será impulsionado principalmente pelo setor de serviços, com alta estimada de 1,9%. A indústria deve desacelerar em relação a 2025, com expansão de 1,1%, enquanto a agropecuária deve permanecer praticamente estável (+0,0%).
O diretor de Economia da CNI, Mario Sergio Telles, destaca que o ritmo de crescimento será o mais fraco desde 2020, ano marcado pela pandemia. “Em 2024, o crescimento foi de 3,4%. Ou seja, agora é metade do crescimento de 2024”, afirma.
Segundo Telles, a desaceleração em 2026 será resultado direto da manutenção dos juros elevados. “A concessão de crédito para consumo — que em 2024 foi de mais de 10%, esse ano deve ser em torno de 3,6% e o ano que vem será em torno de 3% — está cada vez menor. Então, esse é um fator que faz com que o crescimento da economia seja menor, porque o consumo cresce menos”, explica.
Apesar disso, a queda do PIB não será maior devido a três fatores:
Durante o lançamento do relatório, na sede da CNI, em Brasília, o presidente da entidade, Ricardo Alban, defendeu a eficiência da redução da taxa de juros e a contenção dos efeitos da política monetária.
“Eu entendo que os juros são algo que pode ser administrado de forma mais efetiva, com entregas mais imediatas do que as reformas estruturais que nós precisamos fazer. Eu vejo que a política monetária precisa incorporar outras ferramentas para atingir o mesmo objetivo, que é minimizar o efeito da política expansionista.”
A CNI projeta que a taxa Selic encerrará 2026 em 12%. Mesmo com a redução prevista, o impacto vai demorar a chegar à economia real. “Entre o início do processo de redução no Banco Central e isso chegar na economia real, tem uma defasagem. Então, o ano de 2026 ainda vai ser marcado por um efeito bastante negativo da política monetária”, explica Mario Sergio Telles.
Para Ricardo Alban, manter os juros em patamar elevado prolongará a desaceleração econômica, afetando especialmente a indústria. “O impacto recai sobre a população, pois isso se reflete em menos emprego e renda. É necessário que o Banco Central não apenas inicie o ciclo de cortes na taxa Selic o quanto antes, mas que, ao final de 2026, tenhamos juros reais menores do que as projeções indicam no momento”, avalia.
De acordo com o relatório, a inflação deve fechar 2026 em 4,1% e os juros reais devem ficar em torno de 7,9%, ainda elevados e capazes de inibir o crescimento econômico e o investimento.
Mesmo sob pressão dos juros altos, o setor da construção deve apresentar bom desempenho em 2026. A CNI estima um crescimento de 2,5%, impulsionado pelo novo modelo de crédito imobiliário, pelo aumento do valor máximo dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e por novas linhas de financiamento para reforma de moradias de baixa renda.
A indústria extrativa, por sua vez, deve crescer 1,6%, beneficiada pela forte extração de petróleo e minério de ferro. Já a indústria de transformação deve ter o pior desempenho entre os segmentos industriais, com expansão de apenas 0,5%, pressionada pelo crédito caro e pela queda da demanda doméstica.
“Esses dois setores — indústria de transformação e construção — estão sendo afetados pela taxa de juros muito alta, o que reduz a demanda interna por bens de consumo industriais e também torna mais caro adquirir imóveis, portanto, desestimula um setor muito dependente de crédito”, explica Telles.
Além disso, a indústria da transformação também é prejudicada pelo crescimento de 15,3% das importações em 2025. “As importações estão tomando conta do pouco que cresce a demanda interna por bens industriais no Brasil”, declara Telles.
A CNI projeta que as exportações alcancem US$ 355,5 bilhões em 2026, alta de 1,6% sobre 2025. O crescimento, porém, deve ser limitado por fatores como a imposição de tarifas pelos Estados Unidos, possível desaceleração da economia argentina — importante parceiro comercial do Brasil —, safra de grãos mais modesta e menor demanda por petróleo.
No caso das importações, espera-se uma menor demanda por insumos importados e aumento das compras de bens de consumo. Com isso, as compras externas devem chegar a US$ 289,3 bilhões, 1,4% abaixo do total de 2025.
O resultado é um superávit comercial estimado em US$ 66,2 bilhões, alta de quase 17% em relação a 2025.
A exemplo do que ocorre nos últimos meses de 2025, o mercado de trabalho deve perder ritmo em 2026, com taxa de desocupação projetada em 5,6% e aumento de 3,4% na massa de rendimento real dos trabalhadores.
Segundo o relatório, a manutenção de condições monetárias restritivas, somada à estabilidade dos principais indicadores de emprego e à desaceleração na criação de vagas formais no fim de 2025, indica que o dinamismo do mercado de trabalho deve seguir limitado, especialmente ao longo do primeiro semestre de 2026.
Para 2025, a CNI projeta crescimento de 2,5% do PIB, ligeiramente acima dos 2,4% estimados no fim do ano passado. Diferentemente de 2024, quando a expansão foi puxada pela indústria e pelos serviços, o crescimento deste ano será liderado pelo agronegócio.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — considerado a inflação oficial do país — deve fechar 2025 em 4,5%, no limite do teto da meta. Mesmo assim, a CNI avalia que o Banco Central deve manter a Selic em 15% na última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), iniciando o ciclo de cortes apenas em 2026.
O levantamento completo está disponível no link.
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Baixar áudioO agronegócio ajudou a melhorar os principais indicadores macroeconômicos do país. Essa é a avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que aponta a desaceleração da inflação, que deve fechar o ano em 4,4%, dentro do teto da meta, como uma das maiores contribuições do segmento para a vida da população.
“Eu acho que esse ano o setor demonstrou um grande auxílio na redução da inflação. Nós conseguimos reduzir 6,18 pontos percentuais, no que era anteriormente a inflação de alimentos no domicílio”, pontuou Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, durante a apresentação do balanço do setor agropecuário em 2025 e as perspectivas para 2026, nesta terça-feira (9), na sede da CNA.
O aumento da oferta de alimentos no mercado é a principal participação no desempenho. O país teve a maior produção de grãos, com 352 milhões de toneladas, e de carne bovina, com 12 milhões de toneladas, em 2025. Essa produtividade ajudou a diminuir o ritmo de alta no preço dos alimentos para 2,7% no acumulado deste ano e, apesar de outubro ter registrado o primeiro aumento (+0,01%) nos últimos 5 meses, foi o melhor resultado para o mês desde 2017.
Apesar da performance destacada, o campo brasileiro teve muitas barreiras a superar no ano atual. As seguidas catástrofes climáticas e a política monetária restritiva do Banco Central encareceram os juros para os produtores rurais, que atingiram nível recorde de endividamento: 11,4%. Para piorar esse cenário, menos de 3 milhões de hectares estão cobertos com seguro rural, abaixo de 5% do total, pior índice da série histórica.
Lucchi afirma que a instituição já trabalha em soluções para o ano que vem. A intenção é ampliar o orçamento da política pública de seguro rural para R$4 bilhões, blindá-la de cortes. Neste ano, 42% dos R$1 bilhão de reais disponibilizados para o PSR foram contingenciados para o governo cumprir o arcabouço fiscal, sendo necessária a abertura de crédito extraordinário de R$12 bilhões para renegociar as dívidas de agricultores e pecuaristas. “É um investimento que sai mais em conta para o governo e a gente consegue trazer ali uma maior produção, com segurança para o produtor e para a população”, frisa o diretor.
Para o próximo ano, a entidade enxerga no horizonte um cenário de incertezas. Enquanto, por um lado, o clima pode ajudar, o endividamento, a dificuldade de acesso a crédito para investimentos nas lavouras e as dificuldades orçamentárias representam os principais desafios internos. O receio da CNA é que, como 2026 é ano eleitoral, o governo insista em fazer o ajuste fiscal pelo aumento de arrecadação, o que pode pressionar o Banco Central a não reduzir a taxa básica de juros e manter elevados os custos de produção.
No comércio internacional, a previsão é igualmente fechada, com alertas para trovoadas. O tarifaço imposto por Donald Trump ainda afeta 45% dos produtos agrícolas brasileiros exportados aos Estados Unidos, em que pese as exceções anunciadas no fim de novembro. Caso a sobretaxa se mantenha, o prejuízo para o setor pode ser de até US$2,7 bilhões.
Além disso, os países que fecharam acordos bilaterais com os EUA podem reduzir as compras do Brasil. A maioria desses pactos prevê o compromisso de aquisição de itens agropecuários norte-americanos, e a China, nosso maior parceiro comercial, está na iminência de assinar um termo semelhante. “Se tudo o que foi negociado pelos Estados Unidos efetivamente começar a acontecer mesmo, aí eu acho que fica preocupante para as exportações agropecuárias brasileiras,” avalia Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da CNA.
Uma das maiores oportunidades para 2026 é a assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia. Quando finalizado no fim do ano passado, a previsão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) era de aumento de US$11 bilhões por ano, alta de 2%.
No entanto, a Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu aprovou nesta semana mecanismos de salvaguarda para importações agrícolas. O objetivo é proteger setores sensíveis do agro europeu diante de um possível aumento das compras de alimentos estrangeiros, o que pode colocar em risco o acordo.
A abertura e as ampliações de mercados seguem sendo vistas como as melhores formas de preservar a rentabilidade no segmento. Países na Ásia, na América do Norte e na África têm grande potencial para que o Brasil se torne menos dependente de grandes potências, como EUA, China e UE.
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