A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) acompanhou a decisão anunciada, em 02 de abril, pelo Governo dos Estados Unidos, de elevar a alíquota do imposto de importação em 10% - entram em vigor a partir de 5 de março - , além de aplicar uma tarifa adicional recíproca para países que apresentam elevados déficits comerciais. As tarifas, segundo comunicado da Casa Branca, ficarão vigentes até que os déficits comerciais sejam resolvidos ou mitigados.
O presidente americano Donald Trump justificou essa nova medida como uma forma de aumentar a arrecadação e ao mesmo tempo reagir às tarifas aplicadas por outros países sobre produtos dos Estados Unidos. Com isso, ele busca pressionar os países a reduzirem suas taxas de importação ou ajustarem suas políticas comerciais.
O objetivo, segundo ele, é fortalecer a economia americana, incentivando a substituição de importações pela produção local e promovendo investimentos no país. “Entendemos que alterações abruptas nas tarifas de importação tendem a resultar em insegurança comercial e econômica. Essa elevação de tarifa pode gerar impactos negativos significativos para nossa economia e para a indústria brasileira de máquinas e equipamentos”, disse a ABIMAQ, em nota.
Do total da receita do setor de máquinas e equipamentos, cerca de 20% é direcionado ao mercado externo. Em 2024, o setor exportou US$ 13,2 bilhões, dos quais 25% ou US$ 3,5 bilhões direcionados para os Estados Unidos, equivalente a 7% da receita total do setor. O Brasil importou cerca de US$ 4,7 bilhões em máquinas e equipamentos de origem norte-americana, portanto somos deficitários.
A ABIMAQ acredita que a medida anunciada pelo Governo americano impactará negativamente o Brasil em suas exportações para os Estados Unidos, pois o País será menos competitivo em relação à indústria local de máquinas e equipamentos. “Podemos citar como exemplo máquinas agrícolas, rodoviárias e máquinas para a indústria de transformação. Esses produtos, entre outros, são produzidos tanto pelo Brasil como pelos Estados Unidos, assim o aumento da tarifa significará perda de competitividade em relação aos produtos norte-americanos. Sabemos que o Governo brasileiro vem buscando resolver a questão por meio de negociações, o que para a ABIMAQ é o melhor caminho. Temos expectativas que tal decisão, no caso do Brasil, seja revista, a fim de que a relação comercial seja preservada”.
Alumínio
A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) mostra-se preocupada com os impactos da sobretaxa sobre os produtos de alumínio brasileiros. O documento recentemente divulgado pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) não faz menção específica a uma nova medida para produtos de alumínio, que já enfrenta uma sobretaxa de 25% desde 12 de março deste ano.
“Embora ainda seja cedo para medir os efeitos diretos dessas sobretaxas nas exportações brasileiras de alumínio para os EUA — visto que não se completou sequer um mês da sua aplicação, a ABAL chama atenção para os potenciais efeitos indiretos e estruturais de médio e longo prazo, especialmente no que diz respeito à suscetibilidade do país aos desvios de comércio e à desestruturação da cadeia de reciclagem de alumínio nacional, que hoje configura uma das maiores vantagens competitivas do Brasil para seu reposicionamento na cadeia global de suprimento”.
A participação do Brasil nas importações americanas de produtos de alumínio é de menos de 1%, entretanto os Estados Unidos são um parceiro comercial estratégico, representando 16,8% das exportações brasileiras do metal em 2024 — o equivalente a US$ 267 milhões e 72,4 mil toneladas, das quais 54,2 mil estavam sujeitas à Seção 232. Desse volume, 76% corresponderam a chapas e folhas de alumínio.
Segundo a ABAL, a medida tem implicações que vão além do impacto comercial imediato. “Ela reflete uma estratégia mais ampla de coordenação entre políticas industriais, tarifárias e de defesa comercial, em curso tanto nos Estados Unidos como em outras economias, como resposta a um processo global de desindustrialização, impulsionado por práticas comerciais anticompetitivas e pelo aumento dos custos de energia. Embora conceitualmente legítima, essa estratégia precisa considerar a complexidade, a interdependência e os riscos associados à fragmentação da cadeia global do alumínio”.
A associação comenta que há ainda dúvidas sobre a efetividade dessas tarifas no alcance dos objetivos propostos. A desproporcionalidade das medidas pode elevar significativamente os custos de produção de setores estratégicos para a economia americana, como automotivo, aeroespacial, de defesa e de embalagens, com potenciais efeitos inflacionários.
Além disso, a retomada da produção doméstica de alumínio americana exige tempo e demanda grandes volumes de energia, o que impõe limitações práticas no curto prazo. Nesse cenário, há o risco de que tarifas aplicadas com o objetivo de revitalizar a economia acabem, paradoxalmente, fragilizando a competitividade da própria indústria americana, na medida em que mantêm o país exposto à dependência externa de insumos estratégicos, como bauxita e alumina.
“É fundamental que o debate sobre proteção da indústria e fortalecimento de novas capacidades produtivas seja conduzido a partir de uma visão sistêmica. A trajetória da indústria brasileira do alumínio — que, de forma resiliente, vem conseguindo reverter o quadro de desindustrialização por meio de investimentos em ativos estratégicos — posiciona o Brasil em uma janela de oportunidade singular para seu reposicionamento na cadeia global”.
Além de deter a quarta maior reserva de bauxita do mundo e figurar entre os três maiores produtores globais de alumina, a indústria nacional investiu significativamente na diversificação e autogeração de energia a partir de fontes limpas e renováveis, o Brasil é um dos maiores recicladores de alumínio do mundo: hoje, cerca de 60% do alumínio consumido no Brasil tem origem em material reciclado — o dobro da média global (inferior a 30%) e muito acima da média americana.
Tudo isso resulta em uma indústria cuja principal vantagem competitiva é a verticalização, que garante desempenho e rastreabilidade à cadeia de custódia e contribui para a menor exposição do País às externalidades observadas em momentos críticos, como os vivenciados durante a pandemia, escaladas geopolíticas e disputas comerciais internacionais.
“Para que o fortalecimento de uma indústria nacional seja sustentável no longo prazo, é necessário considerar a totalidade e a interdependência dos elos produtivos, com base em uma cadeia integrada, resiliente e orientada ao atendimento da demanda doméstica. Proteger um elo específico da cadeia não é suficiente se persistir a dependência de insumos estratégicos externos”.
Nesse sentido, a ABAL alerta que a nova tarifa não incide sobre a sucata de alumínio, o que sugere uma estratégia deliberada de abastecimento por meio da importação desta matéria-prima, o que suscita preocupações com o risco de o Brasil, que tem feito investimentos relevantes para ampliar sua capacidade de reciclagem – orientados, prioritariamente, ao atendimento da crescente demanda doméstica por produtos de alumínio – passe a ser visto como fonte estratégica de suprimento do metal por países que optaram por estratégias de curto prazo em detrimento da construção de uma cadeia produtiva sustentável e autônoma.
A ABAL informa que segue dialogando com as autoridades competentes, contribuindo com dados, análises e propostas para garantir condições isonômicas para o setor e preservar sua capacidade de competir, de forma sustentável, nos mercados nacional e internacional. Reforça, ainda, a importância do fortalecimento dos instrumentos de defesa comercial e da recalibração da política tarifária nacional, com o objetivo de corrigir distorções e evitar que práticas assimétricas comprometam a competitividade da indústria brasileira do alumínio.
A reciclagem global de alumínio deve atingir entre 90 e 100 milhões de toneladas anuais até 2050, de acordo com projeções do International Aluminium Institute (IAI), divulgadas pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). Atualmente, o volume reciclado é de aproximadamente 41 milhões de toneladas, o que evidencia o papel estratégico desse processo na economia circular e na redução da pegada de carbono.
No Brasil, a reciclagem de sucata de alumínio alcançou 850 mil toneladas em 2023, último dado disponível, representando cerca de 60% do consumo total do metal no país. Esse índice é superior à média global, que gira em torno de 30%.
O alumínio pode ser reciclado inúmeras vezes sem perder suas propriedades, o que o torna um material essencial para a economia circular. Sua reutilização reduz a extração de matéria-prima, economiza energia e fortalece cadeias produtivas sustentáveis.
Comparado à produção primária, a reciclagem do alumínio consome 95% menos energia, fator relevante para a descarbonização da indústria e de setores como transporte, embalagens, eletricidade e construção civil.
O First Movers Coalition (FMC) é um grupo de empresas globais, liderado pelo Fórum Económico Mundial e pelo Governo dos Estados Unidos, que tem como objetivo ajudar a comercializar tecnologias de baixo carbono, essenciais para a redução das emissões globais. O FMC tem como alvo setores difíceis de reduzir as emissões, como alumínio, aviação, produtos químicos, marítimo, aço e transporte rodoviário, que são responsáveis por 30% das emissões globais.
Para que estes setores sejam descarbonizados à velocidade necessária para manter o planeta numa trajetória de 1,5 graus, são necessárias tecnologias de baixo carbono que ainda não sejam competitivas com as atuais soluções com utilização intensiva de carbono. “Tenho orgulho de anunciar que a Hydro está se juntando à First Movers Coalition, sinalizando nossa determinação em assumir responsabilidades e liderar o caminho para que o mundo atinja as metas climáticas. O desafio das alterações climáticas transcende fronteiras e indústrias, e só poderemos manter o caminho climático crítico de 1,5ºC se trabalharmos em conjunto para criar novos mercados para um futuro sustentável”, afirma a Presidente e CEO, Hilde Merete Aasheim.
Através da sua cadeia de valor totalmente integrada, a Hydro está numa posição única para ser pioneira na transição do alumínio verde através da descarbonização da sua própria cadeia de valor, bem como da utilização responsável do seu poder de aquisição para conduzir a indústria global na direção certa. “A transição verde começa conosco. À medida que a necessidade de alumínio cresce rapidamente como material crítico para a transição verde, a necessidade de soluções neutras em carbono cresce ainda mais rapidamente. Se quisermos tornar a produção de alumínio livre de emissões em toda a cadeia de valor, precisamos mudar a forma como fabricamos alumínio, sinalizando a procura de tecnologias mais inovadoras para tornar o zero possível. A indústria precisa unir forças para que isso aconteça”, afirma Aasheim.
Os membros do FMC comprometem-se a comprar uma percentagem de soluções com emissões quase nulas ou com zero emissões de carbono aos fornecedores, apesar do custo adicional. Se um número suficiente de membros do FMC cumprirem os seus compromissos de procura até 2030, será criado mercado que acelerará a acessibilidade e a disponibilidade de soluções com emissões de carbono próximas ou nulas e impulsionará a transformação destes setores. A Hydro assumirá o compromisso do setor de alumínio da FMC por meio de seu negócio de extrusão, comprometendo-se a que pelo menos 10% (em volume) de todo o alumínio primário adquirido externamente anualmente seja alumínio primário com emissões próximas de zero até 2030 (de acordo com a definição da First Movers Coalition). A Hydro também tem a ambição de servir como fornecedora da FMC com seu roteiro para fornecer alumínio com emissões quase zero antes de 2030 e produzir apenas alumínio líquido zero até 2050.
O Consórcio Alumar está celebrando o marco de R$ 3 bilhões de investimentos no complexo para produção de alumina e alumínio em São Luís (MA), sendo que R$ 1 bilhão foi aplicado no religamento da produção de alumínio, anunciado em 2022, e R$ 2 bilhões destinados a melhorias contínuas das operações e nas áreas de rejeitos de bauxita, incluindo o fechamento das mesmas. Os investimentos, segundo a empresa, resultaram na criação de aproximadamente 5.540 empregos diretos na região.
O feito foi comemorado em reunião no dia 10 de novembro, com a participação do governador do Maranhão, Carlos Brandão, do presidente da Alcoa Brasil, Otávio Carvalheira, e do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
Segundo Carvalheira, “a Alumar é uma parceira de longos anos do Estado do Maranhão e do Brasil. Ao longo de 43 anos, nós temos investido em uma operação sustentável, em parceria com o Governo e as comunidades vizinhas. É um grande marco”. Ele acrescentou que apenas o religamento da fábrica de alumínio possibilitou a criação de 2.500 empregos diretos e indiretos, enquanto os contínuos investimentos na planta geram e continuarão gerando mais 3.040 empregos temporários até 2024.
O complexo industrial da Alumar inclui o Porto, a Refinaria e a Redução. A Refinaria oferece o EcoSource, uma alumina de baixo carbono, e com o religamento da Redução a Alumar produz alumínio dentro dos padrões mundialmente adequados às novas políticas ambientais, comprando energia 100% renovável.
"Esta é a nossa contribuição para estimular o desenvolvimento regional: gerando empregos e qualificando a força de trabalho para que eles possam atuar não somente na Alumar, mas também atender outras demandas do mercado”, explicou Walmer Rocha, Diretor da Alumar.
Composto pelas empresas Alcoa, Rio Tinto e South32, o Alumar é um dos maiores complexos industriais globais de produção de alumina e alumínio. Segundo a Alcoa, aproximadamente 92% de seus colaboradores são oriundos do Maranhão, “demonstrando um forte compromisso com a comunidade local”.
A balança comercial da indústria brasileira do alumínio registrou exportações de US$ 2,3 bilhões
De acordo com levantamento da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), o consumo de alumínio no setor elétrico cresceu 11,5% no primeiro semestre de 2023, impulsionado pelo crescimento da capacidade instalada de energia eólica e solar. Já a construção civil registrou um aumento de 7% no consumo de alumínio até junho, alavancado pelo bom desempenho do setor imobiliário nos últimos dois anos, enquanto o segmento de transportes cresceu 2,9%, por causa do comportamento da indústria automobilística e máquinas e equipamentos tiveram incremento de 1% sobre o mesmo período de 2022. “Puxado pela forte expansão das novas linhas de transmissão, o setor elétrico foi o segmento com maior crescimento no consumo de alumínio no semestre. Por conta dos novos leilões que estão previsto ainda para este ano, temos a expectativa de expansão do alumínio neste segmento”, avalia Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.
O estudo aponta ainda que os setores com desempenho negativo foram embalagens, com redução de 13,8%, reflexo principalmente do desempenho das latas de alumínio para bebidas e bens de consumo, com redução de 4,8%, resultado decorrente da diminuição na oferta de crédito e do poder de compra no período. Em relação ao consumo doméstico de produtos de alumínio, o primeiro semestre alcançou 723,8 mil toneladas, 3,6% a menos na comparação com o primeiro semestre de 2022 (751,1 mil toneladas). Desse total, 88% (639,4 mil toneladas) foram produzidos no Brasil – queda de 4,5% contra igual período do ano anterior. Já as importações cresceram 3,3% em relação a 2022 e atingiram 84,4 mil toneladas.
A balança comercial da indústria brasileira do alumínio registrou exportações de US$ 2,3 bilhões (FOB – Free On Boarding) e importações de US$ 1,02 bilhão (FOB), o que gerou superávit de US$ 1,3 bilhão no primeiro semestre de 2023. As vendas externas brasileiras de alumínio e seus produtos totalizaram 247,0 mil toneladas, com acréscimo de 8,9%, sendo Japão, Holanda e Estados Unidos os principais países de destino, com 68% do volume total. Já as importações brasileiras de alumínio e seus produtos atingiram 321,4 mil toneladas, retração de 12,9% em relação ao mesmo período de 2022. A China manteve a liderança como país de origem e respondeu por 21% do volume total, seguida do México, com 13% e da Argentina, com 9%.
Volume, somado ao total de alumínio reciclado, que atingiu a marca recorde de 905 mil toneladas
A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) acaba de lançar a nova edição do Anuário Estatístico da entidade com dados do desempeno do setor referentes ao ano de 2022, além de reunir os principais números da indústria no Brasil e no mundo.
Segundo os números do Anuário, a produção de alumínio primário somou 810,9 mil toneladas em 2022, um crescimento de 5,1% na comparação com o ano anterior. Esse volume, somado ao total de alumínio reciclado, que atingiu a marca recorde de 905 mil toneladas, mostra que o Brasil está em rota de recuperação da autossuficiência no suprimento do metal e de reversão do quadro de desindustrialização.
Em 2022, a indústria do alumínio obteve faturamento de R$ 140 bilhões, 14% superior a 2021 e fechou o ano com mais 501 mil postos de trabalho, crescimento de 12% em relação ao ano anterior. A geração de novos empregos cresceu cerca de 122% no período.
A nova edição do Anuário foi construída em parceria com empresas patrocinadoras, como a Termomecanica, Novelis, Alubar, AMG, Compania Brasileira do Alumínio (CBA), CBA Metalex, Hydro, Albras e Alcoa. A 52ª edição está disponível nas versões on-line e impressa. Os associados da ABAL têm acesso gratuito ao conteúdo, enquanto os demais interessados podem adquiri-lo pelo site.
A Anglo American anunciou uma série de mudanças em sua equipe de gerenciamento sênior e em sua organização, que atingem o Brasil. Ruben Fernandes, que atualmente é CEO de Metais Básicos da companhia, passará a ser Diretor Regional Américas, passando a dirigir os negócios do grupo na região.
Com as mudanças, os negócios de produção da Anglo American serão consolidados em duas regiões: Américas e África/Austrália, cada uma liderada por um Diretor Regional baseado no Brasil e na África do Sul, respectivamente. Segundo a Anglo American, eles “são responsáveis por operações seguras e responsáveis, otimizando o desempenho atual, as opções futuras e o valor comercial, em linha com a estratégia do Grupo, e trabalharão para garantir suporte funcional eficaz e prestação de serviços às suas operações em cada país”. Themba Mkhwanazi será o Diretor Regional da África e Austrália. As mudanças valem a partir de 1º. de julho de 2023.
“Estamos reorganizando a forma como gerenciamos nossos negócios de produção e a experiência funcional que os apóia, para gerar excelência operacional segura e consistente e maior valor. Estamos aproveitando o progresso significativo que fizemos nos últimos anos para melhorar ainda mais nosso portfólio de ativos de classe mundial e entregar nosso potencial de crescimento - a serviço de nossos compromissos com nossos acionistas, funcionários e partes interessadas, como produtor responsável de metais que permitem o futuro e minerais.Temos atualizado constantemente a equipe executiva nos últimos 12 meses e damos as boas-vindas a esta nova geração de liderança da Anglo American. Como equipe, estamos embarcando em nossa próxima fase de criação de valor sustentável”, disse Duncan Wanblad, diretor executivo da Anglo American.
As outras mudanças nas equipes de gestão da Anglo American são as seguintes: Al Cook ingressou como CEO da De Beers em fevereiro; Alison Atkinson assumiu seu cargo de Diretora de Projetos e Desenvolvimento em maio; e Monique Carter ingressou como Diretora de Pessoas e Organização; Helena Nonka liderará uma equipe combinada de Estratégia e Sustentabilidade, refletindo o compromisso da empresa com a sustentabilidade em seu sentido mais amplo, como parte integrante da estratégia e decisões de portfólio; Richard Price lidera uma equipe combinada de Assuntos Jurídicos e Corporativos, fortalecendo nossa abordagem integrada à reputação entre as partes interessadas interconectadas e os funcionários para apoiar a entrega estratégica e o desempenho dos negócios; Stephen Pearce continua a liderar a equipe de Finanças em todo o grupo, mas indicou sua intenção de se aposentar durante este ano, tendo atuado como Diretor Financeiro desde o início de 2017. O processo para nomear seu sucessor está em andamento, com um novo anúncio no devido tempo.
Com isso, a organização para apoiar a governança e a entrega estratégica do grupo como um todo e o desempenho dos negócios de produção será a seguinte: Diretor Financeiro – Stephen Pearce (que se aposentará em 2023); Diretor Técnico e de Operações – Matt Daley; Diretor de Projetos e Desenvolvimento – Alison Atkinson; Diretor de Estratégia e Sustentabilidade – Helena Nonka; Diretor de Assuntos Jurídicos e Corporativos – Richard Price; Diretor de Pessoas e Organização – Monique Carter (assume cargo em 5 de junho)
Duncan Wanblad acrescentou: “Várias mudanças na equipe refletem o longo serviço de vários de nossos executivos seniores e uma variedade de circunstâncias pessoais. Anik Michaud, que tem sido fundamental ao longo de 15 anos na formação de nossa marca, sustentabilidade e liderança de pensamento como pilares críticos para a confiança dos funcionários e partes interessadas, decidiu que é o momento certo para ela desenvolver a próxima fase de sua carreira fora da Anglo American. Didier Charreton decidiu se aposentar após quase oito anos em que transformou nossa estratégia de pessoal, principalmente no desenvolvimento de talentos e na criação de um local de trabalho mais inclusivo e diversificado para todos nós. Nolitha Fakude liderou nossos interesses estratégicos na África do Sul com grande habilidade nos últimos quatro anos e, antes disso, como diretora não executiva em nosso Conselho. Estou muito feliz por ela continuar como presidente de nosso conselho de administração na África do Sul e liderar uma série de projetos especiais de interesse nacional, além de me aconselhar e apoiar Themba em sua nova função regional.
Duncan Wanblad acrescentou que “a perspectiva fundamental da demanda por metais e minerais de origem responsável é cada vez mais atraente. Acredito que estamos bem posicionados para produzir e crescer nas duas principais tendências de demanda de descarbonização econômica e as necessidades de uma população global crescente e urbanizada – de residências e eletrônicos a alimentos e luxos. As mudanças que anunciamos hoje criam a equipe sênior e a estrutura organizacional que acredito que nos levará a entregar todo o nosso potencial”.
Ele informou, ainda, que os CEOs dos negócios da Anglo American no Brasil (minério de ferro e níquel), Chile (cobre) e Peru (cobre) se reportarão por meio do Diretor Regional para as Américas. Os CEOs dos negócios PGMs da Anglo American, Kumba Iron Ore e Austrália (carvão siderúrgico) se reportarão através do Diretor Regional, África e Austrália.
O aumento se deve, em grande parte, a quatro principais setores que consomem o metal
A demanda por alumínio primário deve crescer 40% até 2030. É o que diz um estudo do Instituto Internacional de Alumínio. Este aumento deve acontecer principalmente por conta dos quatro principais consumidores de metal, que correspondem a 75% desse total. Esses consumidores são os setores de transportes, embalagens, construção civil e também o setor elétrico.
De acordo com Erick Isoppo, CEO de uma empresa de importação da região sul brasileira, as importações são o meio para essa projeção de 40% se concretizar. Ele afirmou que o alumínio é um material que pode ser reutilizado, e isso ajuda a reduzir custos na construção e manutenção de equipamentos.
O Instituto Internacional de Alumínio tem boas expectativas para o ano de 2023, por conta também do mercado brasileiro que está em expansão.
O Instituto Internacional do Alumínio está divulgando um estudo inédito, que contou com a contribuição da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), comparando a cadeia de valor de reciclagem de três embalagens de uso único (ou seja, não retornáveis), para bebidas: alumínio, vidro e plástico (PET). De acordo com a Abal, o levantamento utilizou informações de cinco mercados que são considerados chave, ou seja, Brasil, EUA, Europa, China e Japão.
O estudo mostra que, comparadas às outras embalagens, as latas de alumínio apresentam um índice de reciclagem quase duas vezes maior do que os outros materiais. Assim, enquanto as latas de alumínio têm um índice de 71%, o PET chega a 40% e o vidro apenas 34%.
A Eunomia, consultoria contratada pelo IAI para realizar o estudo, avaliou o ciclo de vida das embalagens e sua importância para a economia circular, considerando a eficiência do processo de reciclagem de cada material. Neste caso, novamente o alumínio se sobressai, já que as perdas do metal em parâmetros como classificação, reprocessamento e refusão são de 10%, enquanto vidro e PET registram 33% e 34%, respectivamente.
“O estudo do IAI mostra que o alumínio é uma solução pronta e vantajosa quando se pensa em sustentabilidade e economia circular. O levantamento também corrobora a posição protagonista da indústria brasileira do alumínio na cadeia de valor da reciclagem de latas para bebidas, consequência, principalmente, dos investimentos empreendidos no estabelecimento de centros de coleta, distribuídos em todas as regiões do país. Isso sem falar do valor social e econômico representado pelo ecossistema da reciclagem no Brasil, que une o governo, a indústria, a sociedade e as cooperativas de catadores”, afirma Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.
O estudo pode ser acessado na íntegra aqui.
Este crescimento ocorreu devido ao aumento do preço do alumínio na London Metal Exchange (LME)
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) vendeu 124 mil toneladas de alumínio no terceiro trimestre de 2021, um leve crescimento quando comparado com as 123 mil toneladas no mesmo trimestre do último ano.
O volume de vendas de produtos primários caiu 4% no trimestre, de 65 a 63 mil toneladas, na comparação com o terceiro trimestre de 2020. Isso se dá em função da redução de 35% no volume vendido de lingote, parcialmente compensada pelo aumento de 30% do volume vendido de VAP (Value Added Products), que são ligas de alumínio, tarugo e vergalhão, em linha com a estratégia da CBA de focar em produtos com maior valor agregado.
Já o volume de reciclagem ficou estável no trimestre (23 mil t) quando comparado ao mesmo trimestre do último ano, tanto para serviços quanto para vendas, evidenciando a constância de volumes para esse negócio.
A receita líquida consolidada da CBA atingiu recorde histórico trimestral de R$ 2,3 bilhões, crescimento de 55% em relação ao terceiro trimestre de 2020 em razão do significativo aumento de 58% na receita líquida do negócio de alumínio, no mesmo período comparado.
Vale e Posco assinam memorando para buscar soluções de baixo carbono em siderurgia
Economia mineral: avaliação do desempenho brasileiro no mercado internacional de rochas ornamentais
Bahia pode ser destaque na produção de baterias para veículos elétricos
Este crescimento ocorreu, principalmente, pelo aumento da receita em todos os segmentos, justificado pelo aumento do preço do alumínio na LME, que atingiu um patamar médio de US$ 2.648/tonelada no trimestre (+55% vs. 3T20).
O Ebitda ajustado consolidado teve expressivo crescimento de R$ 155 milhões, de R$ 159 milhões para R$ 314 milhões (+97%) no trimestre, impulsionado principalmente pela melhora no resultado do negócio alumínio.
Os maiores impactos ocorreram pelo aumento dos preços de venda praticados, pelo aumento do preço do alumínio na LME, aliado a maiores volumes vendidos, com destaque para o segmento de transformados e VAP, reforçando a estratégia de crescimento da Companhia, através da comercialização de produtos de maior valor agregado. A margem Ebitda ajustada subiu de 11% para 14% na comparação entre os terceiros trimestres de 2020 e 2021.
A CBA conseguiu reduzir em 91% seu prejuízo no terceiro trimestre de 2021, para R$ 41 milhões, quando comparado aos R$ 460 milhões de um ano antes. A redução deve-se ao aumento da receita líquida no período, que foi superior ao aumento do custo dos produtos vendidos no período.
Outro fator foi a melhora de outros resultados operacionais, dos quais teve efeito positivo da Marcação a Mercado dos contratos futuros de energia, além do efeito positivo na constituição de provisão de impairment em Niquelândia e São Miguel Paulista em 2020, com reversão parcial do impairment em 2021 e menor baixa de ativos imobilizados.
O CAPEX somou R$ 127,7 milhões no trimestre, sendo uma parcela referente a projetos de crescimento e modernização da CBA que foram divulgados no contexto do IPO e mantêm-se alinhados com os negócios atuais da Companhia. A maior parte foi destinada a manutenção (R$ 65,6 milhões).
Entre os projetos e respectivos status, estão: a Modernização da tecnologia das Salas Fornos: em fase de contratação, com start-up progressivo entre 2023 e 2025; o Projeto de disposição de resíduos a seco: obras civis iniciadas, com start-up previsto para 2024; Produção adicional de alumínio a partir da reciclagem; Aquisição do forno G da Metalex, em execução, na fase final de montagem; ReAl, aprovado para implantação, em fase inicial de contratação e o aumento de reciclagem; Metalex, em fase FEL 3.